Pular para o conteúdo
ACAMLSACAMLS
ACAMLS

MailInstagramFacebookYouTube
 
  • O MUSEU
    • A CASA
    • O ATELIÊ
    • CONSELHO E EQUIPE
  • LASAR SEGALL
    • DADOS BIOGRÁFICOS
    • BIBLIOGRAFIA BÁSICA
    • FAMÍLIA SEGALL
      • JENNY KLABIN SEGALL
      • MAURICIO SEGALL
      • OSCAR KLABIN SEGALL
  • ACERVOS
    • ACERVOS INTEGRADOS
  • EXPOSIÇÕES
    • LONGA DURAÇÃO
    • TEMPORÁRIAS
    • INTERVENÇÕES
    • EXTERNAS
    • VIRTUAIS
    • PRÓXIMAS
  • EDUCATIVO
    • FORMAÇÃO PARA PROFESSORES
    • VISITAS EDUCATIVAS
    • EXPOSIÇÃO TÁTIL
    • PESQUISAS
      • MEDTECA
    • PUBLICAÇÕES
  • ATIVIDADES CRIATIVAS
    • CURSOS E OFICINAS
  • BIBLIOTECA
    • CATÁLOGO ONLINE
    • VOCABULÁRIOS CONTROLADOS
  • CINE SEGALL
  • AMIGOS DO MUSEU
    • HISTÓRIA DA ASSOCIAÇÃO
    • PATROCINADORES
    • LOJA
  • O MUSEU
    • A CASA
    • O ATELIÊ
    • CONSELHO E EQUIPE
  • LASAR SEGALL
    • DADOS BIOGRÁFICOS
    • BIBLIOGRAFIA BÁSICA
    • FAMÍLIA SEGALL
      • JENNY KLABIN SEGALL
      • MAURICIO SEGALL
      • OSCAR KLABIN SEGALL
  • ACERVOS
    • ACERVOS INTEGRADOS
  • EXPOSIÇÕES
    • LONGA DURAÇÃO
    • TEMPORÁRIAS
    • INTERVENÇÕES
    • EXTERNAS
    • VIRTUAIS
    • PRÓXIMAS
  • EDUCATIVO
    • FORMAÇÃO PARA PROFESSORES
    • VISITAS EDUCATIVAS
    • EXPOSIÇÃO TÁTIL
    • PESQUISAS
      • MEDTECA
    • PUBLICAÇÕES
  • ATIVIDADES CRIATIVAS
    • CURSOS E OFICINAS
  • BIBLIOTECA
    • CATÁLOGO ONLINE
    • VOCABULÁRIOS CONTROLADOS
  • CINE SEGALL
  • AMIGOS DO MUSEU
    • HISTÓRIA DA ASSOCIAÇÃO
    • PATROCINADORES
    • LOJA

Bubu

A relação do artista plástico com a poesia é sempre peculiar, porque criativa. Seu talento radical exige uma ilustração literal, avessa à metáfora. Desse modo, a atividade do artista plástico e a do poeta guardam similaridade e um certo grau de paralelismo. Tal foi a relação de Carstens para com Homero, a de Cornelius e Delacroix para com o “Fausto” de Goethe, a de Flaxman e Genelli para com Dante: recriação de imagens que o poeta sugeria.

Há uma correlação análoga entre o romance “Bubu de Montparnasse”, de Charles Louis Philippe, e as litografias de Lasar Segall. O ponto de partida estético dos dois artistas é diferente. No caso de Philippe, da sua visão de um mundo racionalista, herdada da escola de Zola, fica iminente a fórmula desconsoladora do naturalismo imobilizante: Telle est la Vie —, um enfro­nhamento nas brenhas dos detalhes social e psicológico, com uma paixão pelo aversivo, que por vezes ameaça sufocar a atmosfera melancólica do bem e do amor. É esta a orientação ocidental, francesa, do século XIX (“Bubu” foi publicado em 1901). Segall não é apenas russo de nascimento. Talvez sua arte seja a mais russa, a mais sombria, a de maior coloração mística que a de qualquer outro artista. Ele busca sua origem nos campos da compreensão e do sentimento ilimitados, no mundo de Dostoievski. Não porque o tenha conhecido, mas porque ambos possuem o mesmo sangue e pelo fato de Segall fazer transparecer a milenar melancolia dos judeus russos. Essas características cristalizam-se nos seres singulares e nas tonalidades de cores de seus quadros. São comoventes suges­tões simultâneas, e inexplicáveis, de uma vontade de viver e de uma fuga da própria vida. Segall versa sobre o naturalismo da temática de Philippe, a história de uma pobre alma maltratada, que se entrega a um gigolô, desejosa de salvar da ruína um homem bom e que finalmente é abandonada, indefesa, à brutalidade de Bubu, liber­to da prisão.

Oriente e ocidente misticismo e racionalismo encontram-se aqui indivisivelmente juntos. Deste contato fecundo, entretanto, não se produz uma simples ilustração, mas crescem um sutil refinamento e uma tranqüilidade escamoteados no “Bubu’’ e surgindo com uma roupagem totalmente nova, envoltos no esplendor de um amor saudoso e repleto de comiseração. No entanto, não se trata de um aprimoramento do romance de Philippe. Incólume em sua estrutura cíclica, fechada, o roman­ce está presente ali na íntegra. E é como se a atmosfera do ambiente de prostituição do bairro de Montparnasse se levantasse e ganhasse forma; como se as poucas personagens, purificadas no purgatório da misericórdia oriental, assumissem uma forma transcendental e se despojassem da erma casualidade e da crostra de sujeira da cidade grande, e se convertessem em exemplares de uma humanidade sofredora. Nós, rebentos do século XX, seres enlutados de uma época terrível, desejaríamos que fosse assim o destino da pobre pequena Berthe Métenier e de sua irmã Blanche, do bom Pierre Hardy e do sombrio homem de bem, Bubu. Assim desejaríamos ter vivido a história, como assim a vivem nossos artistas, ao interpretarem a obra de uma geração passada sob o signo do amor.

Jamais um Philippe, nem tampouco um Zola ou um Dubois-Reymond, teriam  imaginado esta forma de representação. O espí­rito deve renunciar ao acaso da natureza, pois o naturalismo não pode prescindir do acaso obscuro. Este é o segredo daquele que cria do fundo da alma, que transforma os processos exteriores em vivências do coração. A representação das imagens não é uma caracterização de um retrato prisioneiro da forma, porém criação de tipos portadores da expressão; a ênfase está no que é essencial para a expressão. A cabeça, em detrimento do resto do corpo; o abandono de todo e qualquer ornamento, excetuando-se aqueles estritamente necessários à caracterização: a cama da moça, a rua do gigolô, as moedas como recompensa da pequena coquete. Assim, tudo quanto possa desviar o observador do foco central é eliminado. O centro de interesse é fortemente delimitado por meio da linguagem das linhas, que é igualmente interior e poderosa. A linguagem faz surgir a expressão no quadro, e é simplificada ao grau da monumentalidade. Esta é a arte de Segall. E diríamos pouco, se tentássemos vestir com palavras nossa convicção de que Segall não deu forma a qualquer história de Paris, porém a um sonho que teve.

Paul Ferdinand Schmidt

 

Bubu, 1921
álbum com 8 litografias sobre papel e apresentação  de Paul Ferdinand Schmidt
Acervo Museu Lasar Segall – Ibram/Ministério da Cidadania

Postagens Relacionadas

Uma história da arte no Brasil
26 de julho de 2022
Aviso ao público
13 de junho de 2019
Cadastro de email
11 de junho de 2019
Uma doce criatura
20 de março de 2019
MANGUE
19 de março de 2019
Mapa do site
  • HOME
  • O MUSEU
    • A CASA
    • O ATELIÊ
    • CONSELHO E EQUIPE
  • LASAR SEGALL
    • DADOS BIOGRÁFICOS
    • BIBLIOGRAFIA BÁSICA
    • FAMÍLIA SEGALL
      • JENNY KLABIN SEGALL
      • MAURICIO SEGALL
      • OSCAR KLABIN SEGALL
  • ACERVOS
    • ACERVOS INTEGRADOS
  • EXPOSIÇÕES
    • LONGA DURAÇÃO
    • TEMPORÁRIAS
    • INTERVENÇÕES
    • EXTERNAS
    • VIRTUAIS
    • PRÓXIMAS
  • EDUCATIVO
    • VISITAS EDUCATIVAS
    • EXPOSIÇÃO TÁTIL
    • PESQUISAS
      • MEDTECA
  • ATIVIDADES CRIATIVAS
    • CURSOS E OFICINAS
  • BIBLIOTECA
    • CATÁLOGO ONLINE
    • VOCABULÁRIOS CONTROLADOS
  • CINE SEGALL
  • AMIGOS DO MUSEU
    • HISTÓRIA DA ASSOCIAÇÃO
    • PATROCINADORES
    • LOJA
Loja
Gravuras Jogos Publicações
MUSEU LASAR SEGALL

Rua Berta 111 | São Paulo | SP
CEP 04120-040
Tel 11 2159 0400
Aberto de quarta a segunda
das 11h00 às 19h00
Café | Wi-Fi | Fraldário | Bicicletário
Entrada gratuita

IBRAM
Instituto Brasileiro de Museus
  • SBN, quadra 2, lote 8, bloco N, Edifício CNC III Brasília - DF CEP 70040-020

Encontre-nos em:

Website
MINISTÉRIO DO TURISMO

Encontre-nos em:

Website
ACESSO A INFORMAÇÃO

Encontre-nos em:

Website
ACAMLS