Exposição temporariamente fechada para manutenção do espaço
Lasar Segall foi um artista que, como poucos, soube olhar com sensibilidade e empatia para o mundo a seu redor, conservando “muito aberto os olhos”, como uma vez declarou.
Nascido em 1889 em Vilnius, atual capital da Lituânia, então sob domínio da Rússia czarista, era o sexto dos oitos filhos de Abel Guirchovitch Segall e Esther Godes Glaser Wulfovna. Aos 16 anos deixou sua cidade natal para dar continuidade aos estudos artísticos, estabelecendo-se em Berlim, onde estudou na Königliche Kaiserliche Akademische Hochschule für Bildende Kunst. O jovem artista ainda se matriculou na Hochschule für Bildende Künste Dresden, onde finalizou sua formação. Todo esse treino lhe forneceu notável proficiência técnica, equipando-o de um virtuosismo invejável. Como ele disse: “Sem técnica, sem conhecimento do método, o artista não fala – gagueja”.
Emigraria definitivamente para o Brasil em 1923, dez anos depois de sua primeira passagem pelo país, quando expôs seus trabalhos em São Paulo e Campinas, naturalizando-se brasileiro em 1927. Com exceção dos quatro anos em que se radicou em Paris, de 1928 a 1932, Segall aqui viveu até sua morte em 1957. No entanto, o ambiente de sua cidade natal, com suas múltiplas fés, línguas e tipos humanos, bem como o drama da emigração, o marcaria por toda a vida, dedicando parte de suas obras a temas como a experiência judaica, a noção de identidade, o exílio e a condição suspensa dos que são obrigados a deixar seus países.
Nos trabalhos reunidos em nossa nova exposição de longa duração, inaugurada em 2019, podemos ver o engajamento com essas temáticas, bem como a identificação do artista com os emigrantes que, assim como ele, atravessaram o Atlântico em busca de melhores condições de vida na primeira metade do século XX.
Serviço
Exposição de longa duração
Abertura 29/06